Rede CEAs    ::    Centros de Educação Ambiental    ::    Base de Dados de CEAs    ::    Canteiro de Idéias
Agenda    ::    Links    ::    Cadastro de CEAs    ::    Notícias    ::    Fale Conosco
:: O que são?

:: Uma Tipologia Brasileira
de CEAs

Uma Tipologia Brasileira de CEAs

Dada a diversidade de propostas de CEAs no Brasil é possível propor classificações tipológicas que permitam visualizar o quão diversificado é o panorama atual reforçando a necessidade de se propor diretrizes específicas para cada classe de CEA existente. Segue abaixo uma proposta de classificação tipológica de CEAs brasileiros, porém cabe ressaltar que se trata de um primeiro esforço, o qual deve ser encarado com algo provisório e passível de discussões e de questionamentos. A Rede CEAs pretende com isso, suscitar o debate inerente à questão das diversas tipologias possíveis relacionadas a CEAs brasileiros, apontando para a pluralidade existente nesse campo.
Propôs-se então 8 classes, levando-se em consideração um mix de informações sobre os CEAs, tais como: localização (rural, urbano, unidades de conservação); público atendido; tipo de atividades realizadas e suas principais funções exercidas.

Classe 1 – Centros de Interpretação/de Visitantes
São aqueles com clara vocação conservacionista, que pautam suas atividades em atividades de sensibilização e de interpretação. Estão localizados em geral em Unidades de Conservação (parques nacionais e estaduais, RPPNs, estações ecológicas) e estão sob a responsabilidade de instituições diversas (públicas e privadas): Fundações, Empresas, Órgãos Públicos Federais e Estaduais, dentre outras.
Uma característica importante observada nesta classe é que os primeiros CEAs no Brasil emergiram com esta vocação, através de algumas iniciativas impulsionadas em algumas Unidades de Conservação do Estado de São Paulo (como é o caso do Núcleo Perequê, localizado no Parque Estadual da Ilha do Cardoso que iniciou suas atividades no ano de 1976 e até o momento figura como o primeiro CEA brasileiro).

Classe 2 - Centros de Referência em EA
Consideramos como Centros de Referência aquelas iniciativas que, ademais se desempenharem o papel de difusores/disponibilizadores de informações, cumprem importantes papéis de articulação entre educadores ambientais e suas respectivas instituições/projetos, e de apoio a elaboração e implementação de projetos e programas de EA numa escala local/regional/estadual.
Localizam-se em geral em áreas urbanas, e são preferencialmente mantidos por instituições públicas (prefeituras, órgãos públicos federais estaduais, universidades e prefeituras). Ao longo da década de 90, esta classe teve grande impulso, sobretudo com os Núcleos de EA (NEAs), criados pelo IBAMA junto a cada uma das unidades da federação e através dos esforços do MEC na implementação dos chamados projetos-piloto de Centros de Educação Ambiental. A princípio estas iniciativas (NEAs e os projetos-piloto) estão incluídas nesta classe, mas chamamos atenção para a necessidade de estudos que visem diagnosticar sua atuação a nível nacional, e sua evolução ao longo desta década de existência.

Classe 3 – Centros de Informação
Embora semelhante à classe anterior, este grupo é composto por centros que centram suas atividades na disponibilização de informações a seu público. Embora possam também apresentar outros objetivos (sensibilização e reflexão dos problemas ambientais), podemos considera-los como sendo secundários para esta classe de CEAs.
Constituem esse grupo instituições preferencialmente privadas (empresas, fundações e ONGs).

Classe 4 – Centros de Formação
Trata-se de um grupo também pioneiro no impulso de CEAs no país, merecendo destaque a criação do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos – CECLIMAR – da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no ano de 1978.
Esta classe apresenta como objetivo central a formação de recursos humanos, oferecendo atividades como cursos, oficinas, palestras, e é composta preferencialmente de instituições públicas (universidades, associações municipais), mas há também iniciativas privadas (SENAC, empresas), com certa tendência de expansão, devido a uma demanda crescente por programas de formação de pessoal no temática ambiental.

Classe 5 – Centros de Elaboração/Execução de Projetos
Trata-se de iniciativas formadas por entidades que atuam no campo da educação ambiental através da elaboração e desenvolvimento de projetos diversos, apoiando também outras ações de EA realizada por outras instituições.
São essencialmente iniciativas urbanas e privadas (ONGs e empresas de consultoria) e foram contempladas neste estudo porque se consideraram Centros de Educação Ambiental.

Classe 6 – Centros de Mobilização/Agitação Comunitária
Compõem esta classe aquelas iniciativas cujo objetivo central é a busca da atuação política junto ‘a comunidades. Vão desde entidades como ONGs até empresas (públicas e privadas), localizadas tanto em áreas rurais quanto urbanas. Emergem no tecido social brasileiro sobretudo a partir de meados dos anos 80. Merece destaque este grupo o fato de estar bem disperso pelo interior do país, inclusive marcando presença em pequenos municípios distantes dos grandes centros urbanos.

Classe 7 – Centros Rurais Agroecológicos/Sítios Ecológicos
Trata-se de um grupo constituído por iniciativas localizadas em áreas rurais, via de regra em pequenas propriedades de vertente agroecológica, e com funções bastante amplas. Podem ser considerados como sendo pólos de difusão de informações, de formação, de sensibilização e reflexão, de pesquisa e de realização de atividades de caráter lúdico. Compõem este grupo sobretudo instituições privadas (ONGs e Fundações), que iniciam sua trajetória ao longo dos anos 80, e têm-se constituído relevantes centros de difusão/formação da agroecologia e da chamada agricultura alternativa, e que vêm fazendo com interessante capacidade e propriedade a interface agricultura-educação ambiental.

Classe 8 – Museus, Zoológicos, Jardins Botânicos, Parques Urbanos
Sem dúvida, um grupo bastante heterogêneo, mas que guardam entre si algumas características comuns. Suas principais missões centram-se na difusão de informações, na sensibilização e reflexão crítica para com as questões ambientais e na elaboração/execução de projetos. Formam esta classe instituições públicas (prefeituras, universidades, empresas, fundações), que implementam iniciativas que vão desde parques urbanos, zoológicos, jardins botânicos até museus. Cabe ressaltar que estamos referindo àquelas iniciativas que mantêm algum tipo de programa educativo. Trata-se também de uma classe pioneira, cabendo situar o Parque Zoológico Municipal de Sorocaba “Quinzinho de Barros”, que embora tenha sido criado em 1968, passa a implementar seu programa de educação ambiental a partir de 1979 (Mergulhão, 1998). Merece destaque neste grupo também os 8 CEAs mantidos pela prefeitura municipal de Vitória – ES, situados em 8 parques urbanos distintos.

Para saber mais sobre tipologias de CEAs, acesse nosso Canteiro de Idéias.