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Centros de Educação Ambiental no Rio de Janeiro: multiplicidade e realidade

Jacqueline Guerreiro
Núcleo de Educação Ambiental Continuada e à Distância, RJ
neadist@alternex.com.br

A Rede Nacional de Centros de Educação Ambiental (Rede CEAS) vêm atuando no sentido de diagnosticar a atuação dos Centros de Educação Ambiental no Brasil, desenvolvendo tipologias e linhas de estudo que possam subsidiar reflexões de cunho teórico-metodológico.

O 1ª Encontro dos Centros de Educação Ambiental do Rio de Janeiro, organizado pelo Centro de Educação Ambiental Protetores da Vida de São Gonçalo e NEAD/RJ, teve o objetivo de contribuir com esta discussão, apresentando experiências desenvolvidas no Estado do Rio de Janeiro, iniciando uma reflexão acerca das interfaces entre estes Centros e as políticas públicas, as propostas da Agenda 21 e, principalmente, as articulações entre estes centros e as redes de Educação Ambiental, notadamente a Rede Brasileira e a Rede Estadual do Rio de Janeiro.

Num levantamento preliminar dos Centros de Educação Ambiental (CEAS) existentes no Rio de Janeiro – levantamento oriundo de pesquisa do NEAD/RJ, de informações coletadas pelo profº Rondon Mamede (Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro) e de informações da Rede CEAS – chegamos a um número de cerca de 40 Centros atuantes em 2003, mas presume-se que outros espaços também atuem desta forma, o que torna imprescindível um levantamento exaustivo da situação no estado, para que se possa definir com precisão os percursos metodológicos e as implicações políticas da atuação destes Centros na realidade ambiental e educacional do Rio de Janeiro.

O propósito do encontro foi organizar uma mostra significativa da diversidade dos Centros atuantes no Estado. Assim, foram apresentadas experiências de Centros em pleno funcionamento, Centros em reformulação e Centros em reestruturação; experiências no âmbito federal, estadual e municipal; propostas de órgãos governamentais, de Unidades de Conservação, de entidades do Terceiro Setor e Universidade; de Centros com Gestão Compartilhada e Centros vinculados à propostas específicas de ONGs. Além disso, convidou-se entidades que trabalham na perspectiva de Centros de Educação Ambiental sem, contudo, nunca terem se identificado como tal.

Num primeiro momento questões teórico-metodológicas foram objeto de reflexão coletiva num Grupo de Trabalho (GT) com a participação de dirigentes de Centros, facilitadores da Rede Estadual e da Rede Brasileira de Educação Ambiental e da Rede CEAS e representantes de entidades e órgãos governamentais. A discussão teve como eixos: a necessidade de diagnósticos precisos sobre a atuação dos Centros de EA no estado; a importância do conceito de “gestão compartilhada”; a busca por metodologias participativas; a necessidade política de empoderamento da sociedade civil através de projetos de educação ambiental; a profissionalização das equipes e a construção de uma pauta de ações para o Rio de Janeiro, envolvendo CEAS, Redes e iniciativas de cunho participativo como Agenda 21, Orçamento Participativo, Plano Estratégico e Plano Diretor.

As conclusões do GT foram organizadas em Constatações e Recomendações. Dentre as Constatações observou-se:
• A falta de recursos financeiros é grande entrave para a estruturação dos Centros de Educação Ambiental, principalmente aqueles coordenados por entidades do terceiro setor;
• A dificuldade de se estruturar uma equipe para trabalhar em um CEA dificultando o desenvolvimento das atividades;
• A ausência, em quase todos os CEAS, de um Projeto Político-Pedagógico;
• A fragilidade dos CEAs das ONGs, relacionada à deficiência de recursos humanos, técnicos e financeiros;
• No caso do Rio de Janeiro, o item infraestrutura com sede física, tem que ser relativizado, pois algumas organizações possuem iniciativas que podem ser denominadas de Centros de EA, mas que se pautam por espaços virtuais;
• A maioria dos profissionais que trabalham em CEAS não conhecem o conceito de Rede.

Como Recomendações destacam-se :
• Continuar, no âmbito da Rede Nacional de CEAS, a sistematização da tipologia de CEAS do Brasil;
• As Redes de Educação Ambiental devem discutir a destinação dos recursos públicos para os Centros de EA;
• A importância da discussão, no âmbito dos CEAS, dos parâmetros da Educação Ambiental Não Formal;
• As Redes Estaduais de Educação Ambiental poderiam se tornar “nós” da Rede CEAS;
• A Rede CEAS poderia incentivar a capacitação dos CEAS para o trabalho em Rede.

Num segundo momento os Centros de Educação Ambiental apresentaram suas experiências. Estas são bastante diversificadas e enfatizam elementos direcionados à públicos distintos, com ênfase em escolas. Todos os Centros afirmaram ter como objetivo a democratização da informação, a capacitação de recursos humanos, principalmente professores do ensino básico, e a sensibilização e mobilização da comunidade. Nestes itens muitos utilizam, de forma sistemática, tecnologias audiovisuais, mas apenas num, a internet é utilizada de forma significativa.

Em todos os Centros , os projetos e programas foram vinculados às teorias e métodos da Educação Ambiental, com utilização de variadas técnicas, mas uma reflexão sobre o Projeto Político-Pedagógico definidor de suas ações foi enfatizado por poucos. A produção de material instrucional e de divulgação foi enfatizada por todos os Centros e as equipes são organizadas com critérios multidisciplinares. Alguns Centros integram Redes ou possuem como propósito a articulação em Rede.

A partir das discussões do GT e dos aportes advindos das apresentações das experiências dos Centros, alguns encaminhamentos foram definidos para ações futuras, direcionados principalmente para a reflexão sobe a importância do Projeto Político-Pedagógico; a efetivação de um GT sobre CEAS na Rede Estadual de Educação Ambiental do Rio de Janeiro e a integração dos CEAS do Estado na Rede Nacional de CEAS. Centros de Educação Ambiental no Rio de Janeiro: multiplicidade e realidade.

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